sábado, 3 de novembro de 2012

Reggie Earnshaw

Reggie Earnshaw
 
Em meio à derrota iminente,
em meio ao constante bombardeio,
um soldado,
chamava a atenção.
 
Não por habilidade ou suas medalhas presas na farda.
Mas pelo sangue que caia de seu corpo,
e este mesmo continuava a marchar.
 
Eram tiros em meio
a tudo que ele via desmoronar naquele lugar,
e ele sabia, que também iria cair.
 
Mas não exitou,
em sua cabeça seu capacete mal apertado,
sua roupa suja com a lama das trincheiras,
sua bota desamarrada,
e seu pensamento fixo
de que ainda tinha chances de sobreviver.
 
Seus passos eram mais trêmulos do que sua sanidade,
e estavam largos,
queria chegar rápido à algum lugar seguro,
eram bombas perto demais para ele diminuir seu ritmo.
 
Ele então estava perto!
Seu sorriso crescia na medida em que a distância encurtava.
ele sentiu que podia caminhar...
 
Um tiro cortou toda aquela tempestade,
como se tivesse sido o único a ser disparado naquele combate.
 
O pobre jovem pôs sua mão ao peito,
e não conseguiu gritar.
 
Olhou em sua palma toda a dor de seus parentes refletida.
A sua luta desiludida.
 
E se pôs a chorar como se fosse seu filho que naquele momento não mais ficaria órfão,
soluçava ou tossia?
Nada mais importava.
 
Eu que matei,
olhei nos seus olhos,
e não me arrependi.
 
É isso que a guerra pede,
é pelo meu filho que eu mato,
é pelo meu sorriso que eu não corro.
 
É pela coragem daquele simples garoto,
que eu escrevo essa história.

( Bob Jester )

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