Predador Ludibriado
Passos cautelosos,quase que silenciosos.Olhos vivos,terrivelmente misteriosos,fixos na presa
que logo,num bote certeiro cairá em suas garras...
A fome felina
precisa
ser saciada
num pulo.
Primeiro,
a espreita:
caça identificada.
A relva,
embora baixa,
camufla a fera
e sua vontade
de cevar-se
daquela carne,
daqueles ossos.
Alguns instantes
de sentinela...
o bom felino sabe
que a espera
é o segredo
de seu sucesso.
Presa,
a pobre presa
sequer percebe
o seu destino...
E que destino!
O predaror
necessita então
mostrar-se vivo:
prepara as garras,
prende seus olhos
em seu alvo, alvo.
Momentos
de pura tensão
num jogo
de vida
e de morte
e de pressa.
Em campo aberto,
fragilidade e resistência
ingenuidade e malícia
fome e satisfação,
só não se sabe ao certo
o quê pertence a quem...
Sem mais demora,
é preciso
o bote
preciso,
saciador:
estre seus dentes
está agora
a deliciosa caça
do predador
Conflito selvagem,
paradoxo
que jamais será
decifrado por completo:
O felino crê
que arrastara sua presa
até seu território
numa doce emboscada...
Sem saber
que aquela incrível criatura
sempre soube
que seria
(e o quis ser)
lentamente
devorada.
( Lais Jéssica )
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