quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Predador Ludibriado

Predador Ludibriado
 
Passos cautelosos,quase que silenciosos.Olhos vivos,terrivelmente misteriosos,fixos na presa
que logo,num bote certeiro cairá em suas garras...

A fome felina
precisa
ser saciada
num pulo.

Primeiro,
a espreita:
caça identificada.

A relva,
embora baixa,
camufla a fera
e sua vontade
de cevar-se
daquela carne,
daqueles ossos.

Alguns instantes
de sentinela...
o bom felino sabe
que a espera
é o segredo
de seu sucesso.

Presa,
a pobre presa
sequer percebe
o seu destino...
E que destino!

O predaror
necessita então
mostrar-se vivo:
prepara as garras,
prende seus olhos
em seu alvo, alvo.

Momentos
de pura tensão
num jogo
de vida
e de morte
e de pressa.

Em campo aberto,
fragilidade e resistência
ingenuidade e malícia
fome e satisfação,
só não se sabe ao certo
o quê pertence a quem...

Sem mais demora,
é preciso
o bote
preciso,
saciador:
estre seus dentes
está agora
a deliciosa caça
do predador

Conflito selvagem,
paradoxo
que jamais será
decifrado por completo:

O felino crê
que arrastara sua presa
até seu território
numa doce emboscada...
Sem saber
que aquela incrível criatura
sempre soube
que seria
(e o quis ser)
lentamente
devorada.
 
( Lais Jéssica )

Nenhum comentário: