domingo, 23 de setembro de 2012

Irmãos Pelas Armas

Irmãos Pelas Armas
 
Aqui não temos nossos filhos para abraçarmos,
nossas esposas para dormirmos à noite,
o carro para lavar em nossa folga,
mas temos tudo isso a nos esperar, a acenar de longe para nós.
 
Eu estava confuso se escrevia uma carta,
de certo modo eu acho que se a faço,
terei certo em meus pensamentos que só esperarei a morte.
 
Mas e se não a fizer?
os deixarei sem notícias minhas?
Talvez seja melhor assim.
 
Vou contar sobre meu medo?
Meu temor?
Minhas saudades dos amigos,
das minhas crianças?
do meu trabalho?
 
Quando chegamos aqui não sabemos porque estamos segurando uma arma,
ao invés do nosso estandarte,
Pensamos nos nossos motivos de estar lutando ali,
e se esses motivos pensam na gente,
se rezam por nós durante à noite.
 
Depois que nos culpamos por matar outro homem aqui,
paramos de lutar por nós,
para lutar pelo homem ao nosso lado.
Porque aquele sim luta por mim.
Talvez o garoto das boas notas hoje se orgulha por ter sangue inimigo nos braços,
por correr por uma reta sem tomar um tiro,
por matar.
 
Reflito sobre o que eu me tornei,
se aquilo é vida pra mim,
e no fim todos os pensamentos acabam na mesma coisa:
Só posso dizer que sou forte,
porque a necessidade me fez assim,
porque é a única alternativa que tenho.

( Bob Jester )

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